Aqui em casa há uma quantidade enorme de equipamentos velhos que poderiam ser jogados fora. Fico arrependido quando lembro que doei uma máquina de datilografia. Apesar de saber que ela teve uma utilização social, bem que eu ainda poderia lançar algumas ideias no papel usando aquela maquininha.
Para uso em educação já tive de tudo. E é o que vou tentar contar neste texto para você, leitor.
Minha primeira ferramenta de luxo foi um caderno de anotações, acompanhado de uma caneta. Ali eu anotava de tudo: perguntas, esquemas, desenhos, comentários, resumos, cópias de trechos. Até hoje ainda os uso.
Mas nasci em uma época diferenciada entre a consolidação das grandes invenções analógicas e o surgimento das grandes invenções eletrônicas, chegando a este mundo em que as interações acontecem em nuvens digitais.
De tanto fazer anotações em papel veio uma necessidade enorme de utilizar máquinas de datilografias manuais. Fazia textos ali e reproduzia em mimeógrafos. O material saía na cor azul, podíamos inserir nos espaços desenhos para melhorar a interação com os educandos.
Como era muito curioso, percebi que nas antigas relojoarias, era vendidas agendas eletrônicas, que tinham funcionalidades como calendário, calculadora e memorandos. A dificuldade era não poder reproduzir aquelas informações em papel.
Tempos depois apareceram as primeiras imagens dos chamados microcomputadores. Aqueles homens bem vestidos, de terno e gravata, segurando computadores portáteis de quase 4 quilos nas fotos das revistas semanais me deixava fascinado com as ideias do eletrônico, do portátil e da mobilidade.
Foi então que adquirir um Apple IIIe, computador pouco utilizado no Brasil, mas que prometia fazer milagres quanto ao gerenciamento de informações. Que sofrimento: comprar disquetes que queimavam com facilidade; usar impressoras que demoravam 30 minutos para imprimir uma página com gráficos. Era um horror! Mesmo assim aprendi a usar a ferramenta para realizar atividades como aluno na universidade.
A história todos já conhecem: o computador evoluiu e passou a ser dispositivo multimídia e muito utilizado nos lares e nas corporações.
Vieram os notebooks. Já não era necessário ficar preso em casa quando o assunto era produzir conteúdos...
Trabalhei de 1997 a 2008 pelo interior do Brasil. Foi quando percebi que andar pelo nosso país na época significava não ter computador na cidade, muito menos projetor. Internet? Nem pensar!
As ferramentas mais utilizadas eram telas transparentes com textos e imagens sobre um retroprojetor. E quadro de giz, giz, cartolina, papel ofício...
Trabalhava com alfabetização de adultos e queria usar ábacos para trabalhar noções de matemática com os alfabetizadores em formação. Foi quando surgiu a ideia de criar uma alternativa aos ábacos, pois eram muito pesados para serem transportados. A ideia foi criar um Tabuleiro Numérico, que foi utilizado para reconhecimento de número, posicionamento de números e identificação de quantidade e valor numérico. Esta tecnologia analógica ajudou bastante.
Foi naquela fase que surgiram os computadores de mão. As coisas digitais começaram a melhorar. Corria os interiores do nosso país e quando voltava, trazia lista dos educandos e pequenos relatórios das atividade realizadas.
O trabalho de mídia era utilizar uma máquina fotográfica manual, em que tirava as fotos e só conhecia aos resultados quase um mês após ter participado do evento educacional.
Levava também um gravador (de fitas) para registrar alguma coisa que achasse interessante ou mesmo ouvir músicas daquelas fitas de 45 a 60 minutos de duração.
Quando usei a primeira câmara digital, foi uma festa na turma. Descobri intuitivamente que a máquina também filmava. Foi um marco no uso de tecnologias em sala de aula.
Em dezembro de 2010 foi possível adquirir um Ipad. Aquele equipamento não era novidade em termos de usos, pois já utilizava os palmtops. O negócio era pôr o dedo na tela e deixar o equipamento todo sujo de digitais.
Já estávamos nos tempos das nuvens, da portabilidade, da mobilidade e da ubiquidade.
Hoje uso tecnologia cotidianamente, tanto a digital quanto a analógica; depende do contexto, da necessidade e estou sempre descobrindo novas possibilidades de aprender a usar essas ferramentas novas que vão surgindo.
As velhas ferramentas ainda estão aqui, em sacos empoeirados. Não as vejo como simples ferramentas que foram jogadas ao relento, mas como um conjunto de itens que participaram da minha formação como educador. Quem sabe elas não possam formar um pequeno museu pessoal de tecnologias educacionais?
A seguir algumas fotos que retratam o itinerário de usos de recursos educacionais.
Teclado de um Palmtop
Tabuleiro Numérico
Palmtop
Um gravador portátil de fitas cassetes
Computador de Bolso
Um comentário:
Itinerário que não deixa de ser percorrido,haverá sempre uma descoberta,pois a tecnologia está cada vez mais avançada e a cada dia há inovações.
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